Dispositivos Intrauterinos
O DIU (Dispositivo intrauterino) possuiu a forma de “T” para melhor adaptação à forma do útero e foi desenvolvido principalmente para uso como método contraceptivo mas pode ter outras aplicações na Ginecologia. É necessário procedimento médico para a inserção e deve haver um controle regular durante o uso.
Temos disponível no mercado dois grupos de DIU: os medicamentosos (DIU Mirena®) e os não medicamentosos que contém em sua estrutura a presença do cobre. Existem indicações para o uso de ambos e essas características devem ser discutidas com seu médico durante a consulta.
DIU não medicamentoso:
Esta categoria inclui os diversos tipos de DIU revestidos com cobre. Tem por sua particularidade não ter hormônio
O cobre promove mudanças bioquímicas e morfológicas no endométrio e muco cervical. Com isso o DIU afetará adversamente a ascensão dos espermatozóides. O processo ovulatório não é inibido pelo DIU.
É uma ótima opção para mulher que desejam contracepção reversível e que não podem fazer de hormônios.
Veja este artigo científico: Revisão – DIU Cobre – Rev FEMINA | 2015 | vol 43 | Suppl. 1.
DIU Medicamentoso (Mirena®): Este tipo possuiu no braço vertical do “T” uma estrutura cilíndrica que contém hormônio e que libera-o diariamente proporcionando um efeito local que age impedido a gestação através de três mecanismos:
- Espessamento do muco normal do canal cervical de forma que o espermatozóide não consiga entrar no útero para encontro com óvulo.
- Afeta a movimentação deste espermatozoide no útero;
- Controla a desenvolvimento mensal do endométrio (camada interna que reveste o útero) de forma que este não tenha espessura adequada para possibilitar gravidez.
Como esse dispositivo contém medicamento, além da contracepção também pode ser utilizado para proteção contra hiperplasia endometrial, prevenção de sinéquias após cirurgias histeroscópicas, e tratamento de cólicas menstruais, tratamento de sangramentos uterinos excessivos e da TPM.
Sobre a Inserção: O DIU deve ser inserido preferencialmente durante a menstruação (período em que o procedimento é mais fácil devido o colo apresentar-se entreaberto). No período pós-parto e recomendado que seja a partir da 6ª semana após o nascimento e no pós-abortamento poderá ser inserido assim que o médico e a paciente julgarem pertinente. Durante a inserção pode ocorrer um desconforto pélvico semelhante a cólica menstrual que normalmente é bem tolerado pelas pacientes. Em caso de pacientes com sensibilidade aumentada para dor pode-se optar pela inserção em bloco cirúrgico. Pode ser utilizados analgésicos antes do procedimento que aliviam as cólicas. Veja aqui o vídeo ilustrativo sobre a inserção do Mirena®.
Efeitos colaterais: A maior parte dos efeitos colaterais do DIU normalmente são temporários e são mais comuns nos 3 três primeiros meses. Dentre os principais efeitos estão:
- Mudanças no sangramento menstrual: escapes, interrupção do sangramento.
- Dor pélvica, abdominal.
- Cistos ovarianos que normalmente são resolvidos sem tratamento
- Dores de cabeça
- Dores na mama
- Mudanças da pele predominantemente com aparecimento de acnes.
Contra-indicações para uso do DIU:
- Doença inflamatória pélvica atual ou recorrente
- Suspeita de gravidez
- Infecção do trato genital inferior
- Infeção do útero pós parto ou abortamento
- Infecção do colo do útero
- Anomalias celulares do colo do útero
- Ocorrência ou suspeita de câncer de colo do útero
- Sangramento vaginal anormal não diagnosticado
- Presença de miomas ou patologias uterinas que causem deformação da cavidade uterina.
- Presença de doenças hepáticas ou tumor hepático.
- Hipersensibilidade ao medicamento ou qualquer constituinte do produto.
Para maiores informações, consulte seu médico.
Referências: Bulas. Revista FEMINA | 2015 | vol 43 | Suppl. 1]]>